O vôo de um coração livre.
Muitas vezes me deparo com pessoas ressentidas, amarguradas. Suas ações são reflexos do seu coração. O sábio Salomão diz em seu livro Provérbios, capítulo vinte e três, versículo sete: “Porque como imaginou na sua alma, assim é; ele te dirá: Come e bebe; mas o seu coração não estará contigo.” As atitudes de um coração ressentido infere em atos imaturos de uma personalidade. Por mais que estes queiram simular uma alegria, suas ações não negam o estado de prisão em que vive o seu coração. Ressentimento é uma palavra do senso comum que retrata alguém incapaz de esquecer ou perdoar. São pessoas que ficam ruminando suas fantasias vingativas, seus impulsos agressivos. Segundo o filósofo Max Scheler, esta disposição psicológica advém de recalques, cristalizações de sentimentos não expressos no momento do conflito emocional. Assim, segundo ele, o envenenamento da alma vai se constituindo. Logo temos um indivíduo, reinando nele, o narcisismo patológico, doentio. Segundo a Psicanálise, o narcisismo é um conceito que define o indivíduo que admira muito a sua própria imagem e nutre uma paixão excessiva por si mesmo. Assim a patologia é instaurada. Todos precisamos gostar de nós mesmos, precisamos ser amados, gostamos de ser admirados, respeitados. Mas quando esta carência evidencia em atitudes de não aceitação do outro com suas diferenças, seus valores, seus pensamentos, inferimos na patologia das emoções negativas. Os conflitos surgem com suas cristalizações e levantamos os muros da defensiva.Passamos a olhar somente o nosso mundo, trancafiamo-nos em nossa torre de marfim do individualismo, maquinamos as nossas estratégias para a concretização de nossas vinganças. Porém elas nunca chegam e então caímos em nossa própria redoma, nossas prisões afetivas da negatividade emocional.
O que fazer para não sermos trancafiados por nós mesmos, e assim alcançarmos o vôo alto da liberdade figurado aqui pelo vôo da águia. Algumas dicas para administrar essas emoções para uma maturidade emocional:
1) – Enfrente os seus sentimentos negativos: não fuja deles para que seu corpo também não sinta as conseqüências, as chamadas doenças psicossomáticas.
2) – Analise-os: Pergunte, porquê estou me sentindo assim, porquê estou reagindo emocionalmente desta forma? A resposta que você encontrar vai lhe dar a dimensão do conflito existente. Se olhe no espelho e veja quem você é realmente. Neste momento, muitos desistem. Mas lembre- se a liberdade está a caminho. Jesus Cristo, em um dos seus discursos para os seus seguidores, disse uma vez: “conhecereis a verdade e a verdade vos libertará.” ( João 8. 32). Para nós, cristãos, a verdade é uma Pessoa, Jesus Cristo. Quando cremos Nele, somos confrontados com a nossa personalidade, nossas ações, nossos pensamentos e Nele encontramos o perdão, a verdadeira liberdade. Portanto, nesta etapa, a etapa do confronto insista, pergunte: quem sou eu? O que penso realmente e porquê estou reagindo assim?
3) - Processe a liberdade: Nesta etapa o processo da liberdade já está a caminho. Muitas vezes você precisa entrar em contato com o seu ofensor ou também a quem você ofendeu. Não é fácil, mas você precisa. Vamos, falta pouco para você alcançar a liberdade, a ser livre do peso do ressentimento.
4) - Verbalize sua indignação. Fale ao ofensor ou a quem você ofendeu e o que está registrado na sua memória afetiva como culpa. Expresse seus sentimentos, peça perdão. Fique livre. Sinta já o início do vôo da águia.
5) - Concretize a liberdade: . Realize a ação libertadora, dê um abraço, um aperto de mão, faça um afago, ofereça um copo de água, convide para um café, um jantar. Celebre a liberdade e levante um memorial, voe como águia, bem alto e contemple a beleza desta verdadeira liberdade. Seja feliz.
Pense Nisto e Viva Melhor!
Boa noite.